quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Como eu falei no início ,meus amigos eram meus primos.
A serraria que meu pai trabalhava era colada a minha casa , nos fundos da minha casa tinha um terreno enorme e  tinha um tanque enorme e alto  para armazenar água , tinha também um galinheiro  bem grande , a casinha das galinhas.
Um certo dia quando a oficina ou serraria como se dizia, estava parada , juntávamos os primos íamos brincar de esconde esconde e mais uma vez eu era alvo das armadilhas do primo,já não tinha mais lugar para se esconder pois já tínhamos explorados todos, esse meu primo achava os lugares mais cabulosos pra me esconder,dentro da serraria em baixo do pó das madeiras , que fazia uma montanha de raspas de madeiras,, e quando me achavam eu já tinha comido muito pó de madeira, outro lugar que eu lembro que ele me escondeu foi dentro do reservatório de água, que por minha sorte estava vazio, ele pôs uma  escada e me pôs lá dentro, todos eram achados menos eu, quando me encontravam já estava escurecendo, é porque eu começava a gritar, outro lugar que ele me escondeu foi dentro do galinheiro , as galinhas ficavam longas era uma gritaria só os bichinhos assustados com minha presença e eu morrendo de medo, esse esconderijo foi o mais cabuloso e arrepiante porque as galinhas estavam chocas e dava um piolho  que chamávamos de pichilingo é tipo um piolho bem pequenininho e  parecido com uma pulga ..... Ai não posso nem lembrar que da arrepios e me coço toda , eu era bem magrinha os cabelos na cintura , agora imaginei eu dentro do galinheiro infestado de pichilingos , eu comecei a me coçar  desse ai não esperei que me encontrassem sai feito uma louca e entrei dentro de casa gritando e me coçando desesperada  e ainda corri um risco grande de levar uma boa surra, minha mãe me deu um banho com uma bucha que na cidade chama-se de bucha vegetal  daquelas que sai rasgando o corpo todo de tão áspera , a minha roupa que era um shortinho e uma camiseta bem simples , foram queimados, mas sempre contamos os milagres mas nunca o santo, esse era o jeito simples e inocente   das crianças do interior na minha época é claro(1965).
Na terceira casa do mesmo lado da minha tinha um tio  irmão do meu pai que tinha cinco filhos uma escadinha nós queríamos tanto bem uns aos outros que sentíamos ciúmes  ex: quando uma de nossas mães comprava um objeto qualquer a outra também tinha que comprar  porque
ficávamos na  porta da casa fazendo careta uma para outra  e tinha um negócio de ficar de mal  por motivos bobos e partíamos os dedos e dizia-se assim , belém belém nunca mais fico bem no dia seguinte estávamos tudo junto e misturado de  e aprontando.
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Essa sou eu

Eu e minha mãe

Minha irmã Glaucia e mamãe

Glaucia


Glaucirety

Monica
  Meu convívio com minha irmã Glaucia (minha segunda irmã)era tranquilo , há se era  só era , pois bem como éramos bem pobres  não tínhamos um guarda roupas apesar de meu pai fabricar móveis mas como diz o ditado casa de ferreiro espeto de pau, no canto da parede  do quarto minha mãe  encaixou um pedaço de pau tipo cabo de madeira para guardar nossas roupinhas que ela confeccionava com muito capricho e zelo, ela fazia uma cortina para as roupas não ficar ha mostra e também evitar poeira , as roupas eram engomadas para ficar bem armadas  e passadas com um ferro  que se colocava carvão em brasas dentro , onde quero chegar vocês verão.
Eu com sete anos minha irmã Glaucia uns cinco , antes de escurecer eramos banhadas é porque não existia luz elétrica, minha mãe dava comida e depois íamos sentar fora da casa , pra ver a lua contar as estrelas e os adultos por as novidades em dia. Minha mãe acendia as lamparinas e botava uma na janela do quarto , a santa da minha irmã entrou  e sem ninguém perceber fui atrás dela e vi que ela brincava com uma coisa muito interessante com plástico e fogo e sabe onde? , debaixo do 'guarda-roupas' e do lado ficava minha terceira irmã  ha dormir numa rede, eu me juntei a ela e fomos brincar  com esse brinquedinho interessante , ela pegava um pedaço de plástico passava na lamparina  que ao se queimar o pedaço de plástico caia como gotas no chão era muito lindo  e ríamos da travessura, porém sem maldade.Ela se descuidou o plástico ia queimar os dedos dela ela jogou em cima de mim
para minha sorte era um pedaço bem pequeno , caiu em cima do meu peito esquerdo e continuava a queimar fui muito corajosa aguentei caladinha porque a  mão do meu pai pesava toneladas, e a brincadeira continuava só que desta vez ela não jogou em cima de mim não , ela arremessou para cima e caiu em cima das roupas,e o fogo começou a subir, quando meus pais  sentiram o cheiro de queimado correram pra ver  o fogo já tinha tomada conta de toda a nossa  roupa de vestir no domingo para ir na igreja e quase não causou um dano maior  minha terceira irmã que dormia na rede bem próximo foi Deus que a livrou , no mais acabou tudo bem  só um sermão em vez da peia.
          O tempo foi passando e mais menino chegando.
Nasceu minha irmã Mônica  e depois o único filho homem  de nome Glauco, minha tentou tentou ate nascer um menino e como era lindo bem gordinho e com alguns meses de vida deu uma doença nele que dava em crianças ainda bebês e que e difícil escapar, mas com muita oração,rezas ,benzedeiras e muita fé num é que o bichim escapou.
 A minha segunda irmã de nome Glaucia aos 7 pra 8 anos também quase que ia vendo Jesus.
Minha terceira irmã de nome Glaucirety aos cinco anos de idade  desidratou também quase vai pro buraco.
A quarta também não foi diferente , apareceram feridas pelo corpo todo dava pena de ver,minha mãe fez  até  promessa com São Lázaro . E até hoje o corpo dela é todo marcado com manchas.
E eu? bem  eu continuo sendo até hoje a pessoa mais saudável do mundo.
Saudável sim porque não sei até hoje o que uma dor de ouvido,
dor de cabeça, dor de dente, dor de garganta , hum hum não sei mesmo .
  Mas eis que o destino me prega uma grande peça .  
Mas isso vocês só irão saber com o desenrolar dessa história. 





Essa foto foi tirada na casa de minha tia Maria mãe do Geraldo..





Esta daqui, Eu e minha irmã Glaucia , no quintal da casa de tia Maria




Essa outra , Rosalba minha prima filha  de meu tio José, minha mana Glaucia e Eu. Na cidade de Quixadá.














terça-feira, 26 de novembro de 2013

Minha História de Vida Parte-1

Eu não nasci há dez mil anos atrás como  Raul Seixas canta.
Nasci no dia 16/05/1959
Na cidade de Quixadá-Ceará
Pais: Severino Francisco de Oliveira
Maria Rúbia da Silva Oliveira

Minha mãe casou-se muito nova ,teve três filhos antes de mim, vindo a falecer  com meses de vida os filhos homens não vingavam,
_1 Francisco Rubens
_2 Francisco Emanuel
_3 Francisco de Assis

 Sendo assim eu sou a primeira , nasci na cidade de Quixadá_CE. Cuja cidade de Rachel de Queiroz , pois a mesma toda vez que ia pra sua fazenda passava em frente a minha humilde residência. que na época a cidade era bem pequena  eu nem mesmo sabia se a cidadezinha  se encontrava no mapa de tão pequena que era um interior brabo e tão distante da capital Fortaleza. E de frente a minha casinha tinha um outro morador ilustre  o famoso  repentista ,trovador e escritor de  Literatura de Cordel,chamado de Cego Aderaldo.
















cego Aderaldo escritor de literatura de cordel morava de frente a minha casa 
                                          
Rachel de Queiroz a grande escritora 

Essa é a estrada que passava de frente a minha casa e  vai ate a fazenda da escritora



Essa é a casa da fazenda da escritora Rachel de Queiroz m Quixadá CE na cidade onde nasci
Voltando a minha história, 

Minha casa era muito pobre, quase  igual a casa que Vinicius de Morais canta,porém tinha parede teto não tinha piso era de terra batida, que quando se ia varrer tinha que molhar  pra poeira baixar. As paredes não eram rebocadas  se via os tijolos, não tinha mobília eram redes  o fogão era de cimento e a lenha pois na época não tinha luz elétrica era lamparina ou velas,
Minha mãe era costureira e bordadeira,
Meu pai marceneiro (no interior conhecido como carpinteiro), diga-se de passagem um excelente profissional.
Como na época não existia energia elétrica a diversão do pobre era fazer filhos ,
Tenho quatro irmãos se todos estivesse vingado seriam no total de dez filhos.. ai caramba.
Comigo cinco meu nome Maria Gorett
Nasce minha segunda irmã Gluacia , um ano depois vem a terceira  meu pai ficava tão contente que bebia uns gorós e saia pra registrar logo em seguida , no interior era assim mesmo , chegando no cartório perguntavam que nome queria por, porém ele estando animado por causa do mé disse assim, mistura ai a primeira com a segunda para ver o que sai , foi então que misturaram Gorett com Glaucia e saiu Glaucirety, o rety era pra sofisticar para ficar chique, coisas de interior, cuja mana não gosta do nome até hoje, porém nas redes sociais  é muito raro este nome.
Com quase dois anos depois veio a quarta Mônica (homenagem a mãe de me pai).
Meus amigos foram meus primos.
A minha primeira escola foi particular eu lembro ate hoje, Escola Neuza Jataí essa foi minha primeira professora.
E a primeira professora a gente nunca esquece , eu era bem pequenina  tinha seis anos de idade e lembro ate hoje do meu uniforme : era  xadrez bem miudinho vermelho e branco  uma sainha de pregas  e uma blusa branca de manguinhas sapato preto e meia branca .
Quando dava meio dia eu já estava pronta, e la ia eu a pé pra escola que ficava do outro lado da cidade onde  moravam as pessoas de classe media  alta só a nata , entrava uma hora e saía as seis quando eu voltava já estava  escurecendo a minha salvação era um primo meu que estudava lá também no mesmo horário e me levava para casa de bicicleta .
gora vou contar porque essa fase da minha vida marcou muito.....rsrsrs , porque la aprendia ou aprendia as matérias eram matemática e português todos os dias a dona Neuza pegava  a turma e fazia um  círculo e  perguntava a tabuada  ela mandava a gente estudar a tabuada  e neste circulo que fazia com os alunos ela ia perguntando a tabuada  em sequência ex: 3x2 , 3x4 , 3x8 , e assim sucessivamente  até a última do circulo , e ai de quem errasse ela mandava a criança  abrir aquelas mãozinhas magras pra que ela pudesse dar palmatoriadas (Palmatoria era o nome dado a uma peça de madeira  tipo :um cabo de madeira e na ponta era redonda , que cabia perfeitamente na palma da mão), e eu quase todos os dias ia embora com as mãos pegando fogo , eu era muito burra  eu não entendia matemática.............rsrsrsrs,foi ai que eu tive uma ótima ideia se ela tivesse dado certo, combinei com meu primo Geraldo  eu falei pra ele assim, amanhã quando a Dona Neuza for tomar a tabuada tu fica atras dela me dando a resposta certa, tudo combinado eu ia dar meu lanche para ele, chegando a hora exata ele  fez o combinado, só que a burra aqui nem pra disfarçar o olhar por cima da cabeça dela e eu só acertando ela desconfiou da minha sabedoria quando ela fez a última rodada na minha vez ela olhou bem rápido para traz e pegou no flagra . eu comecei a chorar antes porque sabia que ia ser feia a coisa , ela dispensou o resto das crianças e mandou eu e o primo abrir as mãos e tome palmatoriadas , nesse dia eu fui pra casa a pé e com os olhos  e as mãos vermelhos e inchados  um de chorar e o outro de apanhar e nunca mais Geraldo quis conversa comigo e tinha outro castigo ficar de joelhos no meio do pátio em baixo de um sol escaldante e em cima de caroços de milho, tirando essa lição de vida, minha infância foi bem vivida . Literalmente minha infância foi bem vivida, brincadeiras de roda  de jogar pedrinhas (pega pedrinhas bem pequenininhas, geralmente são oito pedrinhas na palma da mão joga-se uma pra cima e põe as outras no chão e vai pegando uma  a uma sempre jogando uma pra cima ), de pega pega , de esconde esconde. de adivinhações. de pular corda.

Meu primo jurou vingança , o tempo foi passando eu pensei com meus botões ele esqueceu de vingar, ledo engano ,eles eram em sete irmãos , quatro mulheres e três homens sendo ele o caçula  era muito travesso  pintava e bordava um dia fui passar um final de semana na casa dele , foi um sábado de manhã ele subiu nas paredes de um corredor que tinha na casa dele, foi então que meu tio o pai dele viu  tirou o cinto e gritou com ele , ele saiu correndo que ninguém pegava  meu tio saiu pro serviço cuspindo fogo  só foi meu tio sair ele voltou quando meu tio chegou para almoçar pegou ele  deu-lhe uma surra e pós ele de castigo na dispensa( dispensa lugar onde se guardava as sacas de mantimentos) ele gritava  me tira daquiiiiiiiiiii meu tio falou assim para nós quem abrir a porta para ele sair vai ficar no lugar dele, todas nós ficamos com muito medo mas não saímos de perto ficamos ali porque ele tinha medo de ficar  sozinho e num quartinho escuro como era , deixa que embaixo da porta tinha espaço pra caber uma mão com um copo de água, e dentro da dispensa tinha saca de arroz, milho , farinha algumas rapaduras ,foi então que ele planejou a vingança eu era muito boba nem passou pela minha cabeça que naquela hora que ele pudesse se vingar ,olha só a vingança ate hoje quando eu lembro dou gargalhadas , ele comeu uma rapadura quase toda  a saliva engrossou por causa do doce , enquanto ele comia ficava caladinho pra a gente não desconfiar de nada, depois de alguns minutos em silêncio ele começou a gritar estou om sede  me traz água , a Liduina a quarta irmã dele foi pegar água  passamos o copo por debaixo da porta ele bebeu e comeu mais rapadura   , ele me chamava de gogó , ele disse gogó você ta ai? respondi sim o que tu quer ele disse tu quer rapadura se quiser põe a mão debaixo da porta pra pegar  as outras duas irmãs dele pós  a mão e veio um pedaço de rapadura era a minha vez de pegar meu pedaço e eu inocentemente botei minha mão ele deu uma cusparada levei um susto e puxei a mão muito rápido e vi uma gosma preta ai que nojo comecei a chora ele dava gargalhadas e dizia me vinguei  me vinguei eu passei o resto do dia lavando a mão, isso só foi uma das vinganças eu não guardava mágoa dele passada algumas horas eu já tinha esquecido tudo.